terça-feira, 19 de julho de 2011

Instalação elétrica na obra




Eletricidade é um perigo invisível e mata. Este é um risco que não pode ser percebido somente por uma rápida observação, mas pode ser constatado por instrumentos específicos.
De acordo com a NR-18 (7º edição – 2011), “a exceção e manutenção das instalações elétricas devem ser realizadas por trabalhador qualificado e a supervisão por profissional legalmente qualificado.”
O perigo na eletricidade esta ligado à intensidade da corrente, na trajetória que esta percorre o corpo humano e no tempo de duração. Para proteger o trabalhador deste perigo é necessária a utilização de equipamentos de proteção de trabalho e do uso de material isolante.
Para a realização de serviços em instalações elétricas é necessário que os circuitos não estejam energizados. O uso do cadeado se torna uma boa solução para garantir que a chave geral não seja acionada, caso não for necessário. Pode-se também, usar mais de um cadeado em obras de grande porte, obedecendo a uma seqüência pré-determinada e garantindo que todos os trabalhadores que estejam em atividade ao mesmo tempo não corram o risco de choque elétrico.
A gravidade do choque elétrico depende do percurso que a corrente segue pelo corpo, sendo que as mais graves são as correntes que passam pelo coração.


Percentagem de corrente que circula pelo coração

Para todo trabalho com eletricidade é necessário que os trabalhadores envolvidos estejam preparados a prestar primeiros socorros. Em caso de acidente é importante agir rápido, a primeira atitude é desligar a chave geral, caso haja dificuldade para este procedimento, utilize luvas de borracha ou madeira seca, e até mesmo um tapete de borracha sob os pés do trabalhador (que presta o socorro), para socorrer o trabalhador em situação de choque elétrico. Em caso de acidente, deve-se procurar ajuda adequada e imediata para socorrer o acidentado.
A distribuição de energia pelos pavimentos de uma construção deve ser feita através de prumadas localizadas de modo que permita uma boa distribuição, sem gambiarras excessivas e evitando não prejudicar a execução do revestimento.
Cada pavimento deve ter um quadro de distribuição ligado à prumada, contendo uma chave blindada de 30 a 60 ampéres e tomadas bifásicas e trifásicas. A instalação dos quadros deve ser feitas logo após a desforma do teto do pavimento. É necessária a instalação de um quadro móvel para ligação dos vibradores nas atividades de concretagem.
Os quadros de distribuição devem ser mantidos sempre trancados, e nunca podem ser usados como armários.
A instalação das redes de iluminação deve estar acima de 2,10m de altura. Para áreas de grande circulação de equipamentos, se devem utilizar lâmpadas com proteção. Uma solução, para se usar como suporte para fiações, e deixar nas lajes (em locais de circulação) vergalhões voltados para baixo, de modo que sejam dobrados após a desforma, se transformado em ganchos. É importante lembrar que, nunca se devem amarrar fios diretamente em peças metálicas. Sempre deve haver iluminação em locais perigosos, inclusive em escadas. A iluminação da execução das lajes deve ser efetuada com refletores fixos a torres, postes, cavaletes ou gruas.
Os eletricistas devem sempre estar usando calçados de sola isolante, luvas para alta tensão, alicate isolante, e para trabalhos em altura, o uso de cinto de segurança.
Toda fiação que não estiver sendo usada deve ser recolhida pelo eletricista da obra, não utilizar fiação com excessos de emenda e mal isoladas. Deve haver cuidado para que andaimes móveis não se enrosquem na fiação.
Não utilizar as chaves elétricas do tipo faca para ligar os equipamentos como betoneiras, serras e outros.
Os cabos e fios não devem atrapalhar a circulação de máquina e pessoas, se necessário, protegê-los por calhas de madeira e canaletas. É importante manter uma altura que não atrapalhe a circulação de pessoas, equipamentos e maquinas. É aconselhável marcar o caminho de redes elétricas enterradas.
Os equipamentos devem dispor de dispositivo liga/desliga, de modo que, qualquer trabalhador (que não seja o operador do equipamento) possa desligá-lo em caso de acidente, além de, nunca caminhar com qualquer tipo de equipamento em funcionamento. O ideal é que todos os equipamentos tenham aterramento.
É importante para a segurança, que trabalhadores que executam atividades com eletricidade, estejam atentos à sinalização, sempre estarem providos dos equipamentos de proteção adequados e serem habilitados e treinados para os serviços específicos, de modo que, possam reconhecer os riscos e adotar os procedimentos e medidas de controle, previstos pela legislação e pelas normas técnicas, evitando assim os riscos. Sempre se preocupando com a segurança da vida de outras pessoas, inclusive da sua.


                
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Colaboradores: Pinto, Antônio Luiz de Toledo, Windt, Márcia Cristina Vaz dos Santos, Céspede, Lívia, Segurança e medicina do trabalho / obra coletiva. São Paulo: Editora Saraiva, 7° edição, 2011.
ROUSSELET, EDISON DA SILVA, FALCÃO, CESAR. A segurança na obra: manual técnico de segurança do trabalho em edificações prediais. Rio de Janeiro: Interciência: Sobes, 1999.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sistema de gestão de segurança, higiene e saúde ocupacional


A OHSAS 18001 é a ferramenta que possibilita à uma empresa controlar e melhorar o nível do desempenho da saúde e segurança ocupacional. 
O significado da sigla OHSAS, em inglês, é Occupational health and safety Assessment Series, e em português, é Série de Avaliação de Saúde e Segurança Ocupacional. O sistema de segurança, higiene e saúde ocupacional possui objetivos, indicadores, metas e planos de ação. 
De acordo com José da Cunha Tavares (1995), “a OHSAS 18001, publicada em 1999, contém os requisitos que podem ser objetivamente auditados para fins de certificação e/ou autodeclaração. Em 2000, foi lançada a OHSAS 18002, que fornece as diretrizes para a implantação da OHSAS 18001 nas organizações. Seus passos gerais para a implementação de um sistema de higiene e saúde ocupacional são pautados em: definir a política de higiene e segurança: planejar a identificação, a avaliação e o controle de riscos ocupacionais; cumprir a legislação vigente; estar documentado, implementado e mantido; verificar e implementar ações corretivas no sistema; divulgar a política a todos os colaboradores e partes interessadas da organização e levando a uma melhoria contínua, com o envolvimento da administração.”

As especificações OHSAS devem ser adaptadas às características de cada empresa. A OHSAS 18001:2007 se estrutura em quatro seções, descritas abaixo:

1.    Objetivo e campo de aplicação

2.    Publicação de referência

3.    Termos e definições

4.    Requisitos do sistema de gestão

4.1.        Requisitos gerais

4.2.        Política de Segurança e Saúde no Trabalho - SST

4.3.        Planejamento

4.4.        Implementação e operação

4.5.        Verificação

4.6.        Análise crítica pela direção

A OHSAS prescreve um sistema que detalha requisitos necessários ao melhor desempenho dos componentes citados acima, de outros e do sistema como um todo. 

Como por exemplo:

  • A cláusula de comunicação, de consulta e participação que a norma inclui, para assegurar o envolvimento adequado dos empregados;
  • A cláusula de auditoria interna, para assegurar à alta direção de que os processos estão sendo executados de acordo com as especificações;
  • A cláusula de preparação e resposta a emergências, que assegura a resposta adequada das situações de emergência.

A Norma OHSAS 18001:2007 possibilita a implementação na organização de um sistema mais consistente com objetivos focados nos riscos de Segurança e Saúde no Trabalho e aos requisitos legais. O Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho está baseado na metodologia do PDCA – Plan, Do, Check and Act, com o objetivo de melhoria contínua.



                
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RIBEIRO NETO, JOÃO BATISTA M., TAVARES, JOSÉ DA CUNHA, HOFFMANN, SILVANA CARVALHO, Sistema de gestão integrados: qualidade, meio ambiente, responsabilidade social e segurança e saúde no trabalho. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2008.
TAVARES, JOSÉ DA CUNHA, Tópicos de administração aplicada à segurança do trabalho. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 1995.