terça-feira, 19 de julho de 2011

Instalação elétrica na obra




Eletricidade é um perigo invisível e mata. Este é um risco que não pode ser percebido somente por uma rápida observação, mas pode ser constatado por instrumentos específicos.
De acordo com a NR-18 (7º edição – 2011), “a exceção e manutenção das instalações elétricas devem ser realizadas por trabalhador qualificado e a supervisão por profissional legalmente qualificado.”
O perigo na eletricidade esta ligado à intensidade da corrente, na trajetória que esta percorre o corpo humano e no tempo de duração. Para proteger o trabalhador deste perigo é necessária a utilização de equipamentos de proteção de trabalho e do uso de material isolante.
Para a realização de serviços em instalações elétricas é necessário que os circuitos não estejam energizados. O uso do cadeado se torna uma boa solução para garantir que a chave geral não seja acionada, caso não for necessário. Pode-se também, usar mais de um cadeado em obras de grande porte, obedecendo a uma seqüência pré-determinada e garantindo que todos os trabalhadores que estejam em atividade ao mesmo tempo não corram o risco de choque elétrico.
A gravidade do choque elétrico depende do percurso que a corrente segue pelo corpo, sendo que as mais graves são as correntes que passam pelo coração.


Percentagem de corrente que circula pelo coração

Para todo trabalho com eletricidade é necessário que os trabalhadores envolvidos estejam preparados a prestar primeiros socorros. Em caso de acidente é importante agir rápido, a primeira atitude é desligar a chave geral, caso haja dificuldade para este procedimento, utilize luvas de borracha ou madeira seca, e até mesmo um tapete de borracha sob os pés do trabalhador (que presta o socorro), para socorrer o trabalhador em situação de choque elétrico. Em caso de acidente, deve-se procurar ajuda adequada e imediata para socorrer o acidentado.
A distribuição de energia pelos pavimentos de uma construção deve ser feita através de prumadas localizadas de modo que permita uma boa distribuição, sem gambiarras excessivas e evitando não prejudicar a execução do revestimento.
Cada pavimento deve ter um quadro de distribuição ligado à prumada, contendo uma chave blindada de 30 a 60 ampéres e tomadas bifásicas e trifásicas. A instalação dos quadros deve ser feitas logo após a desforma do teto do pavimento. É necessária a instalação de um quadro móvel para ligação dos vibradores nas atividades de concretagem.
Os quadros de distribuição devem ser mantidos sempre trancados, e nunca podem ser usados como armários.
A instalação das redes de iluminação deve estar acima de 2,10m de altura. Para áreas de grande circulação de equipamentos, se devem utilizar lâmpadas com proteção. Uma solução, para se usar como suporte para fiações, e deixar nas lajes (em locais de circulação) vergalhões voltados para baixo, de modo que sejam dobrados após a desforma, se transformado em ganchos. É importante lembrar que, nunca se devem amarrar fios diretamente em peças metálicas. Sempre deve haver iluminação em locais perigosos, inclusive em escadas. A iluminação da execução das lajes deve ser efetuada com refletores fixos a torres, postes, cavaletes ou gruas.
Os eletricistas devem sempre estar usando calçados de sola isolante, luvas para alta tensão, alicate isolante, e para trabalhos em altura, o uso de cinto de segurança.
Toda fiação que não estiver sendo usada deve ser recolhida pelo eletricista da obra, não utilizar fiação com excessos de emenda e mal isoladas. Deve haver cuidado para que andaimes móveis não se enrosquem na fiação.
Não utilizar as chaves elétricas do tipo faca para ligar os equipamentos como betoneiras, serras e outros.
Os cabos e fios não devem atrapalhar a circulação de máquina e pessoas, se necessário, protegê-los por calhas de madeira e canaletas. É importante manter uma altura que não atrapalhe a circulação de pessoas, equipamentos e maquinas. É aconselhável marcar o caminho de redes elétricas enterradas.
Os equipamentos devem dispor de dispositivo liga/desliga, de modo que, qualquer trabalhador (que não seja o operador do equipamento) possa desligá-lo em caso de acidente, além de, nunca caminhar com qualquer tipo de equipamento em funcionamento. O ideal é que todos os equipamentos tenham aterramento.
É importante para a segurança, que trabalhadores que executam atividades com eletricidade, estejam atentos à sinalização, sempre estarem providos dos equipamentos de proteção adequados e serem habilitados e treinados para os serviços específicos, de modo que, possam reconhecer os riscos e adotar os procedimentos e medidas de controle, previstos pela legislação e pelas normas técnicas, evitando assim os riscos. Sempre se preocupando com a segurança da vida de outras pessoas, inclusive da sua.


                
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Colaboradores: Pinto, Antônio Luiz de Toledo, Windt, Márcia Cristina Vaz dos Santos, Céspede, Lívia, Segurança e medicina do trabalho / obra coletiva. São Paulo: Editora Saraiva, 7° edição, 2011.
ROUSSELET, EDISON DA SILVA, FALCÃO, CESAR. A segurança na obra: manual técnico de segurança do trabalho em edificações prediais. Rio de Janeiro: Interciência: Sobes, 1999.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sistema de gestão de segurança, higiene e saúde ocupacional


A OHSAS 18001 é a ferramenta que possibilita à uma empresa controlar e melhorar o nível do desempenho da saúde e segurança ocupacional. 
O significado da sigla OHSAS, em inglês, é Occupational health and safety Assessment Series, e em português, é Série de Avaliação de Saúde e Segurança Ocupacional. O sistema de segurança, higiene e saúde ocupacional possui objetivos, indicadores, metas e planos de ação. 
De acordo com José da Cunha Tavares (1995), “a OHSAS 18001, publicada em 1999, contém os requisitos que podem ser objetivamente auditados para fins de certificação e/ou autodeclaração. Em 2000, foi lançada a OHSAS 18002, que fornece as diretrizes para a implantação da OHSAS 18001 nas organizações. Seus passos gerais para a implementação de um sistema de higiene e saúde ocupacional são pautados em: definir a política de higiene e segurança: planejar a identificação, a avaliação e o controle de riscos ocupacionais; cumprir a legislação vigente; estar documentado, implementado e mantido; verificar e implementar ações corretivas no sistema; divulgar a política a todos os colaboradores e partes interessadas da organização e levando a uma melhoria contínua, com o envolvimento da administração.”

As especificações OHSAS devem ser adaptadas às características de cada empresa. A OHSAS 18001:2007 se estrutura em quatro seções, descritas abaixo:

1.    Objetivo e campo de aplicação

2.    Publicação de referência

3.    Termos e definições

4.    Requisitos do sistema de gestão

4.1.        Requisitos gerais

4.2.        Política de Segurança e Saúde no Trabalho - SST

4.3.        Planejamento

4.4.        Implementação e operação

4.5.        Verificação

4.6.        Análise crítica pela direção

A OHSAS prescreve um sistema que detalha requisitos necessários ao melhor desempenho dos componentes citados acima, de outros e do sistema como um todo. 

Como por exemplo:

  • A cláusula de comunicação, de consulta e participação que a norma inclui, para assegurar o envolvimento adequado dos empregados;
  • A cláusula de auditoria interna, para assegurar à alta direção de que os processos estão sendo executados de acordo com as especificações;
  • A cláusula de preparação e resposta a emergências, que assegura a resposta adequada das situações de emergência.

A Norma OHSAS 18001:2007 possibilita a implementação na organização de um sistema mais consistente com objetivos focados nos riscos de Segurança e Saúde no Trabalho e aos requisitos legais. O Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho está baseado na metodologia do PDCA – Plan, Do, Check and Act, com o objetivo de melhoria contínua.



                
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RIBEIRO NETO, JOÃO BATISTA M., TAVARES, JOSÉ DA CUNHA, HOFFMANN, SILVANA CARVALHO, Sistema de gestão integrados: qualidade, meio ambiente, responsabilidade social e segurança e saúde no trabalho. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2008.
TAVARES, JOSÉ DA CUNHA, Tópicos de administração aplicada à segurança do trabalho. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 1995.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Implantação da Segurança do Trabalho no canteiro de obras


             
Para a execução de uma obra deve se tomar diversas decisões, procedimentos devem ser estabelecidos para que as atividades transcorram de forma ordenada evitando que não haja riscos na segurança dos trabalhadores. Devido a isto se torna necessário o desenvolvimento de um planejamento.
            É necessário reunir diversas informações sobre a obra para que se desenvolva um bom planejamento de segurança contra riscos aos trabalhadores. Estas informações podem ser obtidas através dos projetos da obra onde se torna possível identificar atividades como: tipo de equipamentos e mão de obra, atividades rotineiras e complexas, abastecimento e suprimentos necessários, serviços de apoio, entre outros.
De acordo com Julio Cesar Pereira Salgado (2011), “de nada adianta termos um projeto espetacular se durante a sua execução nos depararmos com problemas que nos diz respeito à falta de lugar para estoque apropriado de materiais, deslocamento de materiais constantemente para liberação de áreas para execução, dificuldade de movimentação de pessoas, equipamentos e materiais, acidentes constantes, falta de lugar apropriado para o descarte de entulhos, dificuldade na recepção de materiais devido a um fluxo inadequado de entrada e saída de caminhões, incômodo aos visinhos, lugar inadequado ao convívio do trabalhador na hora do lazer, alimentação e higiene pessoal. Enfim, espaços que de alguma forma vão interferir de maneira direta e indiretamente no sucesso de uma empreitada, podendo ocasionar perda de produtividade, prazos e acima de tudo, interferindo no lucro do empreendedor ou do cliente.” Além de prejudicar os procedimentos de segurança á saúde dos trabalhadores.
Uma visita prévia ao local da obra pode ajudar na avaliação para o bom desenvolvimento do planejamento de segurança. Podendo assim prever e providenciar melhores condições de acesso, fornecimento de água, escoamento de águas pluviais, energia elétrica, coleta de esgoto, coleta de lixo e entulhos, segurança e atendimento ambulatorial e/ou hospitais, comunicação, transporte coletivo, áreas de vivência, entre outros.
O sucesso de qualquer obra depende do fato de manter o trabalhador em condições adequadas de saúde, chegando desta forma ao ideal de qualidade e produtividade.
Para ajudar na execução da obra de uma maneira segura ao trabalhador, deve ser desenvolvido o PCMAT (Programa de condições e Meio ambiente de Trabalho na indústria da construção), regulamentado pela NR18 do Ministério do trabalhador. O PCMAT estabelece diretrizes e condições de segurança para atividades relativas à construção civil.
            É o profissional legalmente habilitado em Segurança do Trabalho o único que pode elaborar o PCMAT, que é obrigatório em estabelecimentos com 20 trabalhadores ou mais. Sendo, frente de obra, com funcionários terceirizados ou não, um cenário adequado para a implantação do PCMAT.
            Para a elaboração do PCMAT é necessário à análise de projetos, vistoria local, reconhecimento e avaliação dos riscos, elaboração do programa e implantação do programa.
            No PCMAT deve conter a Comunicação prévia à Delegacia Regional do Trabalho, constando dados como, endereço da obra, endereço do contratante, tipo de obra, data de início e conclusão da obra e o numero máximo previsto de trabalhadores na obra. No PCMAT também deve haver dados como descrição do local da obra, das áreas de vivência da obra, da lista de máquinas e equipamentos (definindo os sistemas de operação e de controle de segurança), sinalização vertical e horizontal, riscos de acidentes, procedimentos de emergência, treinamentos, procedimentos de saúde, cronograma da implantação do programa e os croquis e ilustrações com os layouts do canteiro de obras, dos EPI’s e EPC’s, das proteções especiais, entre outros.
            O canteiro de obras são as instalações que dão suporte aos trabalhadores e à administração, na construção de um edifício. Deve-se evitar ao máximo o remanejo das instalações na implantação do canteiro de obras durante a obra, em terrenos de área reduzida o canteiro inicial apresenta várias deficiências. Neste caso, a implantação de um canteiro de obras em condições satisfatórias se realizará após a execução e desforma de duas ou mais lajes. É importante lembrar em deixar áreas de circulação livre com largura mínima de um metro, além de áreas em torno de máquinas e equipamentos, para facilitar a movimentação segura dos materiais e trabalhadores.
            O tapume, que tem a finalidade de proteger o público, deve ter altura superior a dois metros e vinte centímetros, conter em sua estrutura no mínimo uma porta de oitenta por dois metros e dez centímetros e um portão com largura de no mínimo três metros e altura correspondente ao do tapume. Recomenda-se sinalização no portão de entrada e saída, que deve estar localizado em local que facilite as manobras de caminhões. Na construção de prédio no alinhamento de terreno, protege-se a obra com uma tela de arame galvanizado nº14, com malha não superior a três centímetros.
            O escritório deve-se localizar em local de fácil acesso, preferencialmente próximo da entrada e do almoxarifado da obra, o relógio de ponto deve estar em local que evite tumulto. E deve haver na sala do apontador a relação de telefones de emergência e um estojo de primeiros socorros. Já a portaria, que deve estar na entrada da obra, recomenda-se ter um espaço suficiente para estoque de material de segurança. O encarregado da portaria, além de anotar dados dos visitantes, não deve permitir sua entrada sem os EPI’s necessários para a sua segurança durante a circulação pela obra. No almoxarifado e depósitos, que devem sempre estar limpos e organizados, aconselha-se colocar uma placa de fácil visualização contendo a seguinte mensagem: As ferramentas devem ser devolvidas limpas.
Exemplo de Kit para a higiene dos trabalhadores
            Os alojamentos devem ter localização de fácil acesso, mantidos sempre em condições favoráveis de conforto e saúde, além de, estar provido de extintores portáteis de incêndio, possuírem armários individuais e ventilação adequada. Os sanitários, que também tem que apresentar condições favoráveis de conforto, saúde e segurança, deve ter pisos antiderrapantes, os vasos sanitários deverão estar em área de gabinete sanitário e recomenda-se a colocação de cabides para roupas e toalhas.
            Os refeitórios, que não podem estar em local insalubre e perto das instalações sanitárias, devem ter mesas de tampo com material impermeável e estufas para o aquecimento das marmitas dos trabalhadores, além de, sempre se apresentarem em estado de higiene. Também é muito importante manter uma pia, em bom funcionamento, para os trabalhadores poderem lavar as mãos e um latão de lixo com tampa para jogar os restos de comida fora. A limpeza deve ser diária, de preferência entre os turnos das refeições.
            As áreas de lazer, que devem ser destinadas á recreação dos trabalhadores, também podem ser utilizadas para refeições nas horas vagas.
            Por fim, para que haja a implantação adequada de um planejamento de segurança no canteiro de obras, é importante levantar os recursos necessários para realização do planejamento, elaborar métodos de avaliação, elaborar listas de avaliação das equipes de trabalho, realizar listas de verificação do canteiro, treinar os funcionários, fazer avaliações regulares das equipes e divulgar as avaliações. Sempre lembrando, que a segurança e o conforto dos trabalhadores é algo essencial para garantir o sucesso da execução de uma obra mais produtiva e com mais qualidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SALGADO, JULIO (ORGANIZADOR), BARBOSA, ADRIANO AURELIO RIBEIRO, SALVADOR FILHO, JOSÉ AMÉRICO ALVES, MORAES, ROBERTO COSTA, PONTES, TÂNIA CRISTINA LEMES SOARES. Mestre de obras: gestão básica para construção civil. 1 Ed. São Paulo: Editora Érica, 2011.
GONZALES, EDINALDO FAVARETO. Aplicando 5S na construção civil. 2. Ed. rev. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2009.
ROUSSELET, EDISON DA SILVA, FALCÃO, CESAR. A segurança na obra: manual técnico de segurança do trabalho em edificações prediais. Rio de Janeiro:  Interciência: Sobes, 1999.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A utilização de um Sistema de Gestão de Qualidade utilizando o Programa 5S para aperfeiçoar o envolvimento dos funcionários nas atividades da construção civil

                Algumas empresas perceberam que a implementação do Sistema de Gestão de Qualidade é uma alternativa capaz de solucionar problemas relacionados à organização. E para todo Sistema de Gestão de Qualidade há inserido um Programa 5S. Certificações como a ISO 9001:2000 e PBQP-H (para as empresas de construção civil) ajudam através da padronização e sistematização dos processos, trazendo melhorias à organização, à segurança no trabalho, na motivação dos funcionários e na melhoria do produto final.
            A função do Programa 5S é a de organizar os processos da empresa, com o objetivo de criar condições melhores de saúde física e mental, garantir um ambiente mais limpo, seguro e organizado, manter condições sanitárias adequadas às áreas comuns e garantir que informações e comunicados sejam de leitura e compreensão adequados.
            A mão de obra é o que garante o sucesso do Programa 5S, já que todo o processo está centrado nas suas atividades, necessitando da colaboração de todos envolvidos no processo de produção. As diferenças culturais dos indivíduos é um grande obstáculo para a implementação de um Programa 5S, uma maneira de vencer este obstáculo e fazer com que todos sigam o mesmo objetivo através de treinamentos.
            No caso da construção civil os treinamentos devem mostrar os pontos negativos e positivos da obra para todos os funcionários. Também é importante mostrar os conceitos dos 5S, sempre destacando a importância do envolvimento de todos para garantir o sucesso do programa. Os funcionários precisam entender que o Programa 5S não é só mais uma obrigação, mas também é uma forma de garantir benefícios a si próprios.
Programa 5S
            Para melhores resultados da implementação do Programa 5S na construção civil, é importante lembrar que serão necessárias alterações culturais no trabalho dos funcionários. Os canteiros de obra devem estar sempre organizados e limpos, preocupando-se em organizar um layout que agilize o processo e traga segurança aos funcionários envolvidos. Deve haver também qualidade nas áreas de vivência, preocupando-se com a saúde e conforto dos funcionários, criando assim, um incentivo para que todos se envolvam na implementação do Programa 5S, sem esquecer a necessidade de treinamento dos funcionários mostrando a importância de não danificar as áreas de vivência destinadas a eles.
            Incentivar o respeito para com o próximo é algo que tem que acontecer no decorrer de vários treinamentos, onde os funcionários devem entender que trabalhar de forma organizada, limpa e segura é importante para ajudar o trabalho e a segurança de um próximo companheiro de trabalho e vice versa.
            A conscientização dos funcionários vai criando aos poucos o hábito de trabalhar de uma maneia mais organizada, preocupando-se com a limpeza, além de valorizar cada vez mais o uso dos EPI’s, trazendo assim um ambiente mais seguro e confortável aos funcionários.
            Criar lideranças ajuda a atingir melhores resultados. A presença de facilitadores ou multiplicadores ajuda na fiscalização, colaborando com o Programa 5S, criando uma cultura mais responsável dentro do canteiro de obras.
            Envolver os funcionários com o objetivo de gerar novas idéias ajuda muito na implementação do Programa 5S. Este envolvimento cria responsabilidades aos funcionários além de motivá-los. É necessário após o levantamento das idéias, fazer uma filtragem possibilitando que o grupo atinja conclusões adequadas para resolução de problemas.
            O perfil do coordenador do Programa 5S na construção civil deve ser de um profissional com conhecimentos na área de construção civil e segurança do trabalho, além de ser uma pessoa que saiba ouvir e aceitar sugestões, que seja persistente, comunicativo, bem-humorado, justo, criativo, paciente, que esteja integrado com os fatos que ocorrem na obra.
            Os resultados do Programa 5S são obtidos por pessoas (seres humanos), que tem sentimentos, problemas financeiros e também apresentam instabilidade emocional. Devido a isso é comum que haja rejeição inicial ao Programa 5S, mas com o tempo e ao decorrer dos treinamentos o processo de implementação e manutenção do Programa 5S vai mostrando resultados que acabam conquistando e motivando os funcionários.
            Complementando com o que diz Edinaldo Favareto Gonzalez (2009), “todas as situações mencionadas provocam ao funcionário um comprometimento com a qualidade. Isso é muito bom para a empresa, e ele, tendo sua auto-estima valorizada, trabalha dignamente, por ver que a empresa observa e se preocupa com a forma como desenvolve sua atividade.”
            A implementação de um Sistema de Gestão de Qualidade utilizando o Programa 5S traz resultados para a auto-estima dos funcionários, já que o programa almeja que as atividades sejam executadas enfocando os 5 sensos (Senso de Utilidade, Senso de Organização, Senso de Limpeza, Senso de saúde e Senso de Autodisciplina) e que o trabalho seja realizado em ambientes mais seguros e confortáveis, otimizando o desempenho das atividades. Esta postura motiva os funcionários e mostra que a empresa quer tratá-los com respeito e dignidade.

                

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONZALES, EDINALDO FAVARETO. Aplicando 5S na construção civil. 2. Ed. rev. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2009.
RIBEIRO NETO, JOÃO BATISTA M., TAVARES, JOSÉ DA CUNHA, HOFFMANN, SILVANA CARVALHO, Sistema de gestão integrados: qualidade, meio ambiente, responsabilidade social e segurança e saúde no trabalho. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2008.

domingo, 1 de maio de 2011

A importância de saber lidar com as pessoas para o profissional de Segurança do Trabalho

Saber lidar com as pessoas é tarefa importante para qualquer profissional de Segurança do Trabalho. Onde cada vez mais são desenvolvidas tarefas em equipes, a habilidade de lidar com pessoas tornou-se indispensável, pois é impossível implantar qualquer plano de segurança no trabalho sem o envolvimento de todos os funcionários. Motivar e convencer funcionários a exercer procedimentos de segurança no trabalho é uma tarefa que exige compromisso pessoal e persistência, é importante saber falar e escutar o outro.
Ao lidar com pessoas, é importante lembrar que existem diferenças de personalidades, ser compreensivo é essencial para a tarefa de envolvimento de funcionários, sem que haja conflitos sociais. Demonstrar respeito, humildade e compaixão, aproxima as pessoas e facilita à tarefa de envolver funcionários a realização dos procedimentos de segurança no trabalho.
Compreenda que ninguém pode ser mudado, apenas pode ser influenciado a mudar de atitudes. A capacidade e o nível de eficiência de um funcionário no trabalho é resultado de suas habilidades específicas e o treinamento que recebe para executá-lo.
Comprometer os funcionários às tarefas de segurança no trabalho pode ajudar. Assim, desta forma, transfere-se a responsabilidade aos funcionários de cuidar de sua própria qualidade de vida no trabalho.
Criar um ambiente participativo, e de integração com superiores e colegas de trabalho, é uma forma de motivação do trabalhador. Os profissionais de Segurança do Trabalho têm a responsabilidade de criar um ambiente de trabalho onde às pessoas possam se sentir seguras e confortáveis. Além de, sempre demonstrar que as pessoas têm um papel importante na organização e implantação de planos de segurança no trabalho e que outras pessoas contam com elas.
De acordo com José da Cunha Tavares (1995), “o desempenho do trabalhador, em termos de segurança do trabalho, depende do seu nível de motivação e de sua capacidade. Esta é função da seleção e do grau de formação. A motivação é, contudo, bastante mais complexa, dependendo de vários fatores, tais como: o clima e o estilo da organização na perspectiva do trabalhador (influenciada pela entidade patronal, pela direção da empresa, pelo pessoal ligado à segurança) a sua própria personalidade (ego), o fato de se sentir ou não realizado no trabalho que executa, fatores de motivação inerentes ao próprio trabalho (promoção,responsabilidade), grupo de trabalho e sindicato.”
  É sempre importante lembrar que qualquer profissional de Segurança do Trabalho realiza tarefas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do trabalhador no trabalho, sendo assim, este profissional trabalha diretamente para, e com, pessoas, e estas apresentam características próprias adquiridas ao longo da vida.
O profissional de segurança do trabalho tem a tarefa de criar meios para garantir a segurança do trabalhador e convencê-lo a executar os procedimentos criados para a melhoria da segurança e conforto no trabalho, sem que haja conflitos entre ambas as partes. Afinal, garantir um ambiente de trabalho agradável e sem conflitos e essencial para a tarefa de lidar com pessoas para garantir a qualidade de vida dos trabalhadores.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOWDICH, J. L.; BUONO, A. F. Elementos de Comportamento Organizacional. São Paulo: Editora Pioneira, 1997.
TAVARES, JOSÉ DA CUNHA, Tópicos de administração aplicada à segurança do trabalho. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 1995.

sábado, 2 de abril de 2011

Como envolver os funcionários para cumprir o plano de segurança e buscar uma melhoria contínua na segurança


Antes de qualquer planejamento de segurança é necessário um trabalho de preparação, para que se atinja com garantia os objetivos desejados. Deve se resolver com criatividade problemas encontrados no meio do caminho. O planejamento deve ser mutável, havendo mudanças justificáveis para que se atinjam os objetivos desejáveis para o plano de segurança, dando prioridade aos objetivos e não para a manutenção do planejamento de maneira rígida.
É importante lembrar que a implantação do planejamento será em atividades que exijam esforços múltiplos, onde haja risco de comprometimento de vidas humanas ou de empresas.
Para melhor resultado inicie a elaboração do plano de segurança utilizando informações adquiridas com experiência própria e de outras pessoas. Também ajuda,  conhecer e ler outros planejamentos, livros e trabalhos.
Em relação ao custo do planejamento de segurança, sabe-se que, a falta de planejamento gera um custo maior.
Para começar a implantação de melhores formas de envolvimento dos funcionários para cumprimento de um plano de segurança, é necessário fazer algumas considerações, como, ter conhecimento e usar como referência a realidade atual, procurar trabalhar com funcionários dispostos e escolher os chamados facilitadores.
Os facilitadores são pessoas comprometidas com o trabalho e com a empresa, dinâmicas, líderes, com boa fluência verbal, bem relacionada com os demais funcionários, com disponibilidade de tempo e acreditar na filosofia do “Plano de Segurança”.
No envolvimento de funcionários para o plano de segurança, sugere-se o preparo de treinamentos, como, treinamentos de noções de segurança no trabalho, treinamentos conforme legislação específica, treinamentos de uso de EPI’s, palestras técnicas e treinamentos de capacitação profissional.  Nem todos os funcionários darão resposta positiva imediata. Surgindo a importância dos facilitadores e outros funcionários aderirem ao “Plano de Segurança” com a função de disseminar a idéia perante aos demais funcionários, além de promover reuniões periódicas, utilizar placas informativas e jornal interno. Por fim, definir e registrar itens de controle para alcançar um resultado que possa ser medido.
Há algumas estratégias que se pode utilizar para maior envolvimento dos funcionários na melhoria contínua na segurança:
  •  Incentivar comentários anônimos através de caixas de sugestão. Implantar idéias viáveis sugeridas pode funcionar. 
  • Encontrar formas de recompensa por meio de reconhecimento. Faça esta significativa pela adição de um dia extra de folga, um certificado, uma bonificação no salário ou outra recompensa que seja viável. 
  • Faça reuniões de feedback regular, além da caixa de sugestão. Novamente, use as idéias quando possível, especialmente porque estas são fáceis de adquirir e gratuitas.
  • Procure os trabalhadores facilitadores que irão motivar outras pessoas através de seus conhecimentos de trabalho, entusiasmo ou ambos.
  • Dar aos trabalhadores os recursos necessários para realizar suas atividades.
  • Certifique-se de que os gestores estão empenhados, e que estão servindo de exemplo aos demais funcionários.
  •  Incentivar troca de experiências, onde, treinamentos também podem ser realizados com a participação de funcionários mais experientes.
  • Realizar palestra ou criar meios informativos, que informe as consequências, positivas e negativas, da falta do uso de procedimentos e equipamentos de segurança.
Para maior eficaz, o plano de segurança deve ser bem estruturado e ter envolvimento de todos os funcionários. Onde os gestores devem acompanhar de perto os funcionários e saber identificar os principais pontos. O sucesso da implantação do plano de segurança envolvendo os funcionários para melhoria contínua da segurança depende também do comprometimento do nível gerencial.
Já que qualquer acidente de trabalho pode ser evitado, a conscientização dos funcionários deve vir acompanhada da comunicação interna, das ações de Recursos Humanos e de Departamentos de Segurança do Trabalho.
Em ações de Segurança do Trabalho, campanhas de motivação, com premiação para funcionários, pode ter resultado positivo. Podem-se desenvolver campanhas ou até competições para incentivar a conscientização dos procedimentos de segurança, como o uso de equipamentos individuais. 
Por fim, o importante é disseminar a idéia de que a segurança no trabalho é um direito adquirido do trabalhador e não uma obrigação, proporcionando maior qualidade e melhores condições no ambiente de trabalho. A melhor maneira de envolver os funcionários para cumprimento do plano de segurança, em busca de uma melhoria contínua na segurança, é a implantação de métodos para a conscientização e educação, ou reeducação, dos funcionários. Mostrando que a prevenção é a melhor maneira de garantir a qualidade de vida do trabalhador.